Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Uyuni Expired

Um deserto de sal, uma câmera e um filme vencido

Localizado no sudoeste da Bolívia, o Salar de Uyuni é o maior deserto de sal do mundo, com mais de 10 mil quilômetros quadrados. A imensa planície branca que surgiu da evaporação de lagos pré-históricos, faz o local parecer um cenário de filme, aquela coisa surreal de ver.

Antes de explorar o deserto de sal, a jornada começou na cidade de Uyuni, que tem cerca de 30 mil habitantes e é pouco falada nas pesquisas feitas antes de ir.

O começo é no cemitério de trens: muitos vagões enferrujados e pessoas tentando tirar a melhor foto para postar nas redes sociais. É bem interessante ver o lugar e difícil não lembrar de Mad Max por ali, mas a busca da selfie perfeita atrapalha um pouco a experiência.

Além da altitude, que é de 3656 metros acima do nível do mar, a chegada no salar é de tirar o fôlego: o início de um quase-infinito branco. O local fazia parte do Lago Michin há 40 mil anos e quando secou deixou dois lagos e dois salares, com Uyuni sendo o mais extenso.

Todo o rolê pelo salar, pelo Deserto de Siloli e a Reserva Eduardo Avaroa, foram 3 dias e 2 noites, para conhecer um pouco mais da região até chegar na divisa com o Chile, no Deserto do Atacama. Localizado no altiplano boliviano, o Siloli, tem muitas paisagens áridas, típicas de deserto, com uma altitude de mais de 4500m acima do nível do mar.

As fotos aqui foram todas feitas com uma câmera analógica (carinhosamente chamada de saboneteira), que faz tudo automático, e um filme Fuji Superia, vencido em 2013 (por isso o nome do projeto Uyuni Expired). Não sabia o que esperar das fotos, até recebê-las reveladas e digitalizadas.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Um retrato de todas as pessoas que conheço parte 4

Pela vida, pelo trabalho ou por qualquer outro motivo, sigo fazendo retratos de todas as pessoas que eu conheço. Aqui tem mais alguns que consegui até agora.

Pela vida, pelo trabalho ou por qualquer outro motivo, sigo fazendo retratos de todas as pessoas que eu conheço. Aqui tem mais alguns que consegui até agora.

Ricardo Oliveira

Deise Oliveira

Lucas Linzmeyer Heil

Ricardo Ramirez

Susan Santos Ramirez

Felipe Segui

Ana Zimmermann

Samicler Gonçalves

Renato Faccini

Thaïs de Araújo

Sadi Goularte Júnior

Barbara Lamarca

Luiz Milleck

Igor Drudi

Emi Monteiro

Carla Schauffert

Marlon Moraes

Léo Colin

Kairê Kunta

Kauan Emoriô

Cris Pagnoncelli

Arthur - Arthas

Lucas Mendes

Felipe Grossl

Éder Minetto

Felipe Sisan

Hélio Chan

Willian Chan

AJ

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com uma Nikon F3 , com o Kodak Double X empurrado para ISO 800. A revelação foi feita pelo Rodrigo Madruga, sempre com muito carinho e habilidades.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Black Anchor: sangue, suor e cozinha

Verão, um dia quente e algumas horas dentro da cozinha do restaurante Black Anchor, no centro de Curitiba.

Um dia quente de novembro, que parecia verão, e algumas horas dentro da cozinha do restaurante Black Anchor, no centro de Curitiba. Foi assim que saíram essas fotos que estão por aqui.

A história do restaurante começa num não-tão-longe 2020, um mês depois da pandemia de COVID-19 começar oficialmente no Brasil. Não foram tempos fáceis para quem trabalhava com restaurantes, e pelo Black Anchor não foi diferente: salário do único funcionário na época sendo pago com dificuldade e compras de insumos feitas com o que era ganho no dia anterior. O que ajudou, como sempre, foram os amigos.

Na linha de frente no atendimento fica o seu Hélio Chan, responsável pelo salão e pelos cafés. Sempre calmo, ele está por ali observando tudo que está acontecendo dentro e fora do restaurante.

Da porta da cozinha para dentro, dirigida pelo Willian e pelo Antônio, a realidade é bem diferente da tranquilidade da parte de fora. As ondas de movimento, sem muito padrão e sem ter como prever, fazem o ritmo oscilar entre a tranquilidade e o frenético, entre o mar e o maremoto.

A pressão de trabalhar num restaurante não fica restrita só ao termômetro (que marcava quase 45 graus), mas também vem de trabalhar 12h por dia, em pé, numa rotina cansativa, e contando cada segundo do relógio para a entrega dos pedidos. 


Minha sugestão agora é você dar uma passada no Black Anchor, em qualquer horário, pra comer, tomar um café e aproveitar para ver o movimento das ruas por ali. Ah, o instagram deles é @blackanchor_coffee

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com uma Nikon F3 (com o Kodak Double X), uma Canon EOS 300 (com um Kodak Vision3 500T e uma Olympus MJU (com Kodak Double X). A revelação do filme preto e branco foi feita pelo Rodrigo Madruga e do filme colorida pelo LabLab: ambos sempre com muito carinho e habilidades.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Cris Pagnoncelli: entre sentimentos e letras

Não é só sobre o que está escrito ali, é muito mais do que isso. Foi essa a sensação que tive depois de passar uma tarde acompanhando o trabalho dessa super artista.

Não é só sobre o que está escrito ali, é muito mais do que isso. Foi essa a sensação que tive depois de passar uma tarde acompanhando o trabalho da Cris Pagnoncelli.

Centro de Curitiba, rua Riachuelo, muita gente nas calçadas e carros na rua, tudo naquele tom de cinza de uma cidade grande. Olhando pela janela parece que o ritmo lá fora é outro. Da janela para dentro são paredes coloridas, de diferentes estilos, num lugar que só de ficar por lá você já se sente inspirado e criativo.

O trabalho da Cris é carregado de sentimento: o ativismo constante nas suas obras é um soco na cara de uma sociedade que estigmatiza e julga as mulheres, o tempo todo. “O que será que ela quer, essa mulher de vermelho. Alguma coisa ela quer, pra ter posto esse vestido” as palavras de Angela Freitas servem de inspiração para os trabalhos que falam sobre a vivência da mulher diante de uma educação sexista.

O tempo que passei por lá foi de conversa e fotos com a Cris, e foi também uma aula não só sobre lettering, mas sobre toda a discussão que ela traz nos seus trabalhos. E ainda ter a oportunidade de passar uma tarde no ateliê dela conversando rendeu essas fotos que estão por aqui.

Além de ser uma super artista ultra talentosa, a Cris é responsável também pelo calendário Lute Todos os Dias (clique aqui e saiba mais), que todo ano reune 12 artistas ilustrando mês a mês as alegrias e lutas de ser uma artista mulher.


A Cris produz muita coisa linda, sempre mostrando um pouco de tudo que pensa para o mundo. Eu sugiro você dar uma olhada aqui no trabalho dela no Instagram para ver tudo que ela faz.

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com uma Nikon F3 (com o Kodak Double X), uma Canon EOS 300 (com um Kodak Vision3 500T e uma Olympus MJU (com Kodak Double X). A revelação do filme preto e branco foi feita pelo Rodrigo Madruga e do filme colorida pelo LabLab: ambos sempre com muito carinho e habilidades.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Digo Cardoso: graffiti em Chapecó

A parte boa de fazer fotos de amigos é que sempre rola uma boa conversa sobre a vida, o universo e tudo mais, e não foi diferente com essa manhã que passei com o Digo Cardoso

A parte boa de fazer fotos de amigos é que sempre rola uma boa conversa sobre a vida, o universo e tudo mais, e não foi diferente com essa manhã que passei com o Digo Cardoso.

Minha história com o graffiti começa na adolescência, pixando muro e fazendo graffiti. Logo no início da vida adulta parei, mas nunca deixei de admirar e curtir todo o movimento envolvido com as latas de spray. Hoje, sou só um observador e aproveitei uma passagem por Chapecó para fazer umas fotos do Digo, enquanto colocávamos a conversa em dia.

No final eu sempre acho que fazer essas fotos é só uma desculpa que eu dou para conversar e aprender um pouco mais com essas pessoas.


Para conhecer mais sobre o trabalho do Digo Cardoso é só clicar aqui e seguir ele no Instagram.

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com duas câmeras: Nikon F3 (com o Kodak Double X) e uma Canon EOS 300 (com um Kodak Vision3 500T.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Uma tarde com Mariê Balbinot

Em junho eu tive a oportunidade de passar uma tarde no ateliê da super talentosa artista Mariê Balbinot. Foram algumas horas de muita conversa e, claro, muita foto.

Em junho eu tive a oportunidade de passar uma tarde no ateliê da super talentosa artista Mariê Balbinot. Foram algumas horas de muita conversa e, claro, muita foto.


Eu sugiro você dar uma olhadinha nos links abaixo para conhecer mais do trabalho da Mariê Balbinot:
Instagram e Site dela

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com três câmeras: Nikon F2, Nikon F3 e Mamyia C330 e com três filmes diferentes: Kodak Double X (preto e branco), o Kodak Vision3 500T e o Kodak Portra 800.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Um retrato de todas as pessoas que conheci na Univille

Foram 15 anos trabalhando na Univille. Nesse tempo conheci pessoas incríveis que vão estar comigo para sempre.

Foram 15 anos trabalhando na Univille. Nesse tempo tive experiências muito boas e conheci pessoas incríveis, que sempre vão estar comigo.

Três de março de dois mil e oito: essa é a data de registro da Univille na minha carteira de trabalho, mas minha caminhada por lá começa na graduação, em 2001.

Passei por muitas histórias engraçadas e conheci muitas pessoas que me inspiraram e me inspiram até hoje. A tentativa aqui é ajudar a memória e me lembrar de tudo isso.

E, para mim, não tinha retrato melhor para começar isso do que o da Marina 💜


Muita cuca e muita pipoteca, mas sempre com trabalho sério, em qualquer dia, em qualquer horário


Todas as vezes que olho para essas fotos eu sinto que tive uma sorte gigante em poder contar com essas pessoas como amigos e colegas, sempre prontos para tudo: desde um café a uma boa discussão.


Conheci muitas pessoas inspiradores, que deixavam o caminho muito mais leve e tranquilo



Durante esse tempo, conheci muito mais pessoas do que os 106 retratos que consegui fazer (até agora) e estão aqui. Continuo sempre carregando minha câmera para cima a para baixo, tentando fotografar todo mundo que conheci por lá.

Enquanto escrevi o texto e postava aqui, essa cena aqui da série The Office ficou no repeat. Muito provavelmente, parte da letra cantada por Ed Helms também aparece no texto 😃 e se posso te dar um conselho, clica aqui, deixa a aba em segundo plano e dê uma olhadinha de novo nessas fotos para sentir melhor como foram esses anos pela Univille para mim.

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com duas câmeras: Nikon F2 Nikon F3 e com dois filmes diferentes: Kodak Double X e o Kodak TX, os dois empurrados para 800.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Uma foto por dia em 2023

Nunca concordei muito com a frase “escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida”: trabalho é trabalho, vão ter horas que você odeia o que está fazendo, vão ter horas que você ama o que está fazendo.

Nunca concordei muito com a frase “escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida”: trabalho é trabalho, vão ter horas que você odeia o que está fazendo, vão ter horas que você ama o que está fazendo.

É bom gostar do que se faz como trabalho, mas para mim não é suficiente. Eu sou muito mais do que o meu emprego, as coisas que eu faço pra ganhar dinheiro, as fotos e vídeos que eu posto nas redes sociais.

Algumas vezes, trabalhar com uma coisa que você gosta pode fazer você deixar de gostar dessa coisa. Para mim, sempre ajuda buscar olhar o cotidiano e o ordinário para lembrar do que eu realmente gosto e me inspirar.

Nesse processo de viver, trabalhar e produzir, algumas vezes, escuto sobre falta inspiração e, algumas vezes, eu acho que pode ser só preguiça mesmo, de sair da inércia. Tem algumas coisas que eu faço que me ajudam a sentir que eu posso criar algo (ou só deixar a preguiça de lado mesmo):

Fique atento. Seja curioso. Preste atenção no inusitado. Observe a mudança das suas fases. Aproveite o momento, seja caminhando para o trabalho, almoçando ou conversando com amigos. Esteja presente naquele momento, no que está ao seu redor e no que você está sentindo. Pense nas suas experiências.

Isso sempre me ajudou a me inspirar e perceber o que é importante para mim.

Para combater a minha falta da inspiração ou preguiça, eu decidi que, em 2023, iria fazer uma foto por dia, com a câmera que estivesse na mão. Janeiro já acabou, um doze avos no ano já foi. Para ver todas as fotos do mês e as que vão ser feitas durante o ano, é só clicar aqui https://vs.co/qltrcj1c

Até agora, todas as fotos que aparecem aqui no post e fiz para esse desafio foram feitas usando um iPhone 14 Pro.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Um retrato de todas as pessoas que conheço parte 3

Pelo café ou pela vida, aqui tem mais uma parte dos retratos que tenho feito de todas as pessoas que conheço.

Pelo café ou pela vida, aqui tem mais uma parte dos retratos que tenho feito de todas as pessoas que conheço.

Mariana Aparecida de Oliveira

Senilda Aparecida da Graça Belo

Gorete Aparecida de Oliveira

Lúcia Catarina de Oliveira

Rafael Dalzochio

Cornelia Gamerschlag

Rodrigo Peixoto Lisboa

Ana Paula Vieira

Marcelo Henrique

Deyvid Inácio Espindola Luz

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com uma Nikon F2 e o Kodak Double X empurrado para 800 como filme.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Marina aventureira

Foram cinco meses de aventuras, morando meio juntos e meio separados, com casas em duas cidades. Nesse tempo foram cinco apartamentos diferentes, muito café e muitas fotos para lembrar um pouco do que foi esse período.

Foram cinco meses de aventuras, morando meio juntos e meio separados, com casas em duas cidades. Nesse tempo foram cinco apartamentos diferentes, muito café e muitas fotos para lembrar um pouco do que foi esse período.

Tudo sempre começava com o ato de fazer a mala e (tentar) se preparar para o que estava pela frente. Várias vezes começava também com o atraso do ônibus.

Um pouco lá, um pouco cá, mas sempre buscando cafés para melhorar o humor.

Todas as fotos aqui são analógicas e foram feitas usando uma Nikon F2 com Kodak Double X empurrado para 800.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Comida e amor

A fotografia tem me permitido criar conexões com as pessoas, porque não é só apertar o botão da câmera, mas é toda uma conversa antes, durante e depois dessa hora. É bom demais poder entender as motivações e paixões por trás do que aquela pessoa faz.

A fotografia tem me permitido criar conexões com as pessoas, porque não é só apertar o botão da câmera, mas é toda uma conversa antes, durante e depois dessa hora. É bom demais poder entender as motivações e paixões por trás do que aquela pessoa faz.

O processo criativo de percorrer um caminho para uma nova receita, um novo prato, um novo drink é muito parecido com o processo do design. Tudo começa no planejamento, escrevendo, desenhando, reescrevendo, pensando e repensando os ingredientes e combinações.

Prototipar e testar pratos e a percepção de todos os sentidos envolvidos nisso, uma verdadeira opsofagia. Acompanhar essa caminhada de criação e uma boa desculpa pra ficar horas conversando com o Fabio com a vista privilegiada que o Cauim tem.

Todas as fotos aqui são analógicas. As coloridas foram feitas com uma Canon EOS300 com Fujix Superia X-Tra 400 e as preto e branco foi com uma Nikon F2 com Kodak Double X empurrado para 800 e Ilford HP5+ 400.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Das coisas que eu fotografo

Nos últimos tempos tenho me entregado para experiências que podem render boas conversas e, como consequência, boas fotos. Poder fotografar o lançamento do último EP da banda Bomfim foi mais uma delas.

Nos últimos tempos tenho me entregado para experiências que podem render boas conversas e, como consequência, boas fotos. Poder fotografar o lançamento do último EP da banda Bomfim foi mais uma delas.

Para continuar acompanhando as fotos aqui a minha dica pra você é escutar todas as músicas da Bomfim aqui no Spotify

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com uma Canon EOS300 e o Kodak Vision3 500T empurrado para 3200.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Até a próxima aventura

Toda despedida é dolorosa, a despedida do Haro não foi muito diferente não. Passei alguns dias tentando pensar no que escrever para acompanhar essas fotos e não conseguir. No final, achei melhor mesmo deixar só as imagens pra mostrar um pouco o que foi o último dia dele morando em Joinville.

Toda despedida é dolorosa, a despedida do Haro não foi muito diferente não. Passei alguns dias tentando pensar no que escrever para acompanhar essas fotos e não conseguir. No final, achei melhor mesmo deixar só as imagens pra mostrar um pouco o que foi o último dia dele morando em Joinville.

A parte feliz disso tudo é saber que esse novo começo é cheio de alegrias e novas possibilidades 💜

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com uma Nikon F2 e o Kodak Double X empurrado para 800.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Um retrato de todas as pessoas que conheço parte 2

Continuo fazendo fotos das pessoas que eu conheço, já que minha memória pode não ser das melhores. Num café, na rua, numa aula, numa conversa, a câmera está junto para poder registrar o retrato dessas pessoas e escrever também a minha história através dessas fotos.

Continuo fazendo fotos das pessoas que eu conheço, já que minha memória pode não ser das melhores. Num café, na rua, numa aula, numa conversa, a câmera está junto para poder registrar o retrato dessas pessoas e escrever também a minha história através dessas fotos.

Dá pra escrever um texto grande sobre cada uma das pessoas retratadas aqui, mas vou só escrever um pouco sobre elas e sobre como conheci cada uma, na ordem que aparecem as fotos.

Digo Cardoso é artista de graffiti de Chapecó que conheci num GAMPI realizado aqui em Joinville faz muitos anos e desde lá é um grande amigo (e um artista super talentoso).

Rodrigo Beilfuss saiu do país faz tempo querendo ser diplomata (pelo menos é o que me lembro de nossas conversas na adolescência) e hoje trabalha com teatro no Canadá.

João, que conheci no início de 2021, com aulas virtuais, e com quem passo horas falando de fotografia analógica.

Bilbo Violeiro, pessoa em situação de rua, que fotografei em Joinville, mas nunca mais encontrei para poder entregar essa foto.

Luiz Wiese, um grande amigo, muito prestativo e com um coração enorme. Parceiro de projetos, conversas, cafés, dentro e fora da Univille, e simpatizante do design: um amigo pra vida inteira.

Leandro Moreira foi meu aluno quando lecionei no curso de Publicidade e Propaganda, um tom de voz sempre muito calmo e muito talentoso na fotografia.

A Bia, eu considero uma mentora dentro da Univille: sempre disposta a escutar e auxiliar nos caminhos dentro desse universo.

Conheci o Eiji quando estava no ensino médio ainda, ele é muito mais novo do que eu, mas acabamos nos reencontrando no design. Ele (e a família) foi responsável por todas as flores no meu casamento com a Marina. Hoje, ele é um dos meus tatuadores preferidos.

Rodrigo Madruga é um conhecido de velha data: desde 2003, quando comecei a me interessar por fotografia, já conversávamos. Hoje, ele é responsável por revelar e digitalizar praticamente todas as fotos analógicas que tiro e por conversas de horas sobre a vida, o universo e tudo mais.

Rafael Moreno é uma pessoa de muitos talentos: tatuagem (outro dos meus tatuadores preferidos), caligrafia, lettering, design, ilustração e falar muitas coisas engraçadas.

Digo Cardoso

Rodrigo Beilfuss

João Viníccius Thomazi

Bilbo Violeiro

Luiz Wiese

Leandro Moreira

Bianca Ramos Pezzini

Eiji Ezaki

Rodrigo Madruga

Rafael Moreno

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com uma Nikon F2 e o Kodak Double X empurrado para 800 como filme. Ah, e foram reveladas e digitalizadas pelo Rodrigo Madruga, que apareceu por aqui.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Ukah, presente desde sempre no rap

Já são 24 anos de rap e luta para o Lucas Vieira da Silva, o Ukah. Esse daqui é um pequeno relato visual do lançamento do seu terceiro álbum, intitulado de Presente. Muitas participações e mais um capítulo escrito do rap na cidade.

Já são 24 anos de rap e luta para o Lucas Vieira da Silva, o Ukah. Esse daqui é um pequeno relato visual do lançamento do seu terceiro álbum, intitulado de Presente. Muitas participações e mais um capítulo escrito do rap na cidade.

Antes de começar a ver as fotos e ler o texto, já clica aqui e começa a escutar o último álbum do Ukah, chamado Presente, para a música acompanhar o mood do texto e das fotos.

A minha ligação com o rap e o movimento hip hop começou na adolescência ainda, pixando muro e fazendo graffiti. Pela proximidade entre os elementos do hip hop eu sempre admirei muito a galera dançando, rimando e tocando. Para dançar break, discotecar ou fazer rima eu nunca levei muito jeito. Na verdade, nenhum jeito. Isso não impediu de fazer muitos amigos e acompanhar diversas histórias dessas pessoas.

Com o Boca, e a World Rap, foi que comecei a comprar as marcas de rap aqui em Joinville. Depois foi com o Mi e a Still, que além de uma loja, me ajudou na minha formação como designer gráfico, com várias peças gráficas desenvolvidas para a loja. Foram várias tardes passadas na loja conversando sobre rap, aprendendo demais e rindo demais com pessoas como Fabene. Hoje a história está sendo escrita com o Paulinho e a Brixton.

Dentro dessas duas lojas, nos show de rap e encontro de amigos, sempre acompanhei o desenvolvimento da cultura hip hop aqui na cidade e, desde sempre, o Lucas estava presente nas conversas e nos eventos. Mas a jornada dele no rap começou antes dessa época: começou quando ele tinha 12 anos. Manos de Fé, Sistema Nervoso, Banca de Atitude, Versão Original (o famoso V.O.) e muitas músicas fazem parte da caminhada de 24 anos no rap. É tranquilo falar que a história do rap de Joinville se confunde com a história do Ukah e de tantos outros artistas da cidade.

Para mim foram mais de 2 anos sem ir num show, devido a pandemia. Não poderia ter escolhido melhor para voltar a frequentar show com esse show, com o Ukah e diversos outros artistas da cidade.

As fotos aqui são todas analógicas e fazer parte de um projeto pessoal que acompanho um dia na vida dessas pessoas para contar histórias com as fotos. É sempre muito gratificante poder acompanhar quem desenvolve ações com tanto talento, vontade e amor, como o Lucas faz com o rap desde sempre.

As fotos foram feitas usando uma Canon EOS3, com uma lente 50mm 1.8 e usando o filme Kodak Vision3 500T, empurrado pra ISO 800 e 1600.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Um novo início para Marininha

Quatorze anos e alguns meses: esse foi o período que a Marina foi professora na Univille. As fotos aqui são o registro do último dia que ela entrou na sala por lá: sorrisos, dedicação e aula até o fim de período, como foi todo esse tempo.

Quatorze anos e alguns meses: esse foi o período que a Marina foi professora na Univille. As fotos aqui são o registro do último dia que ela entrou na sala por lá: sorrisos, dedicação e aula até o fim de período, como foi todo esse tempo.

Para ser mais preciso, foram 5247 dias, esse foi o período que a Marina se dedicou como professora da Univille. Durante esse tempo aconteceram diversas coisas, tanto na vida dela como na minha. Nos conhecemos na Univille e durante todo nosso relacionamento trabalhamos no mesmo local. Isso tudo rendeu muita conversa sobre trabalho nos tempos livres e algumas fofocas no horário de trabalho.

Fim de expediente, pelos mesmos corredores dos outros diversos dias que fomos embora quando o trabalho terminava, nessa noite foi fechando um ciclo, e para todo fechamento tem um recomeço. Fica um pedacinho do coração para cada estudante que passou pela sala de aula.

As fotos aqui são todas analógicas e fazer parte de um projeto pessoal que acompanho um dia na vida dessas pessoas para contar histórias com as fotos. Aqui eu tive a sorte de poder acompanhar esses quatorze anos e ainda registrar a última noite de aula da Marininha 💜

As fotos em preto e branco foram feitas com uma Nikon F2 com Kodak Double X empurrado para 800.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Um pouco de rap e um pouco de foto

Poder juntar foto e rap é combinar duas coisas que gosto muito. Nas fotos aqui eu pude acompanhar uma tarde no estúdio com o Ukah, rapper de Joinville.

Poder juntar foto e rap é combinar duas coisas que gosto muito. Nas fotos aqui eu pude acompanhar uma tarde no estúdio com o Ukah, rapper de Joinville.

Sempre que acompanho o processo de criação de artistas eu me recordo de uma frase do Jum Nakao no documentário A Costura do Invisível que ele falava sobre o processo criativo ser doloroso. Acompanhar o rapper Ukah aqui de Joinville foi poder acompanhar um pouco do final desse processo.

As fotos aqui foram feitas numa tarde de abril, quando ele finalizava o último álbum, chamado Presente (disponível aqui). Um pouco de dor, um pouco de angústia, misturado com o processo de criação das músicas. Não é fácil fazer rap em Joinville, mas o Ukah está fazendo faz um bom tempo e agitando a cena musical da cidade.

Para escutar mais do Ukah, tem o perfil dele aqui no Spotify e clips aqui no YouTube

As fotos aqui são todas analógicas e fazer parte de um projeto pessoal que acompanho um dia na vida dessas pessoas para contar histórias com as fotos.

As fotos em preto e branco foram feitas com uma Nikon F2 com Kodak Double X empurrado para 800.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Um retrato de todas as pessoas que conheço

É difícil de lembrar todas as pessoas que passaram na minha vida. Esse projeto é um auxílio para minha memória, uma oportunidade de tomar um café, a chance de uma boa conversa e um jeitinho de conhecer mais as pessoas fotografadas.

É difícil de lembrar todas as pessoas que passaram na minha vida. Esse projeto é um auxílio para minha memória, uma oportunidade de tomar um café, a chance de uma boa conversa e um jeitinho de conhecer mais as pessoas fotografadas.

Enquanto professor eu sempre me esforço muito para gravar o nome de todos os estudantes para poder chamá-los pelos nomes. Durante o período de aulas virtualizadas no auge da pandemia, isso piorou um pouco: estar com uma tela separando e muitas câmeras desligadas. Isso tudo me fez pensar quantas pessoas passam pela minha vida e já esqueci. Foi com isso na cabeça durante a pandemia que comecei essa projeto: fazer um retrato de todas as pessoas que conheço.

Esse aqui é o primeiro post de muitos, com os retratos das pessoas que conheço.

Marina Ramos Pezzini

Moises Oliveira

Terra

Tiago Lanznaster

José Daniel da Silva

Carlos Felipe Urquizar Rojas

Kendi Sato

Uirá Barcellos

Nilton Schulenburg

Acauã Auler Rolim

Todas as fotos aqui são analógicas, feitas com duas câmera (Canon FTb, Nikon F2) e com dois filmes (Kodak Double X empurrado para 800 e Kentmere 400): não lembro qual câmera tirou qual foto, mas as com contraste mais alto são do Kodak Double X

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Café, conversa e música boa

Faça chuva ou faça sol, o Castelo do Monte está sempre servindo um café fresco, com muita simpatia e boa música.

Faça chuva ou faça sol, o Castelo do Monte está sempre servindo um café fresco, com muita simpatia e boa música.

É difícil passar pelo rua Otto Boehm aqui em Joinville e não notar a carruagem instalada. Ficar ali parado vendo as pessoas passarem sempre rende olhares curiosos para saber do que se trata. Um ou outro que ainda não conhece, para por ali e já começa a sentir a experiência sensorial do cheiro do café e o som da música.

Passar um tempo acompanhando a rotina do pessoal do Castelo do Monte me fez ver diversas coisas que quando eu peço o latte eu não percebo. O cuidado e o carinho pelo café e por tudo que tem ali começa muito antes de moer e colocar o café para passar.

Com a rua ainda vazia e com pouco movimento, a preparação para um dia de trabalho e criação já começa: separação dos instrumentos, do cookie, do brownie, das cadeiras e do café, é claro. As fotos abaixo são um pouco do que vi passando uma manhã com por lá com eles ☕️

As fotos aqui são todas analógicas e fazer parte de um projeto pessoal que acompanho um dia na vida dessas pessoas para contar histórias com as fotos.

As fotos em preto e branco foram feitas com Kodak Double X empurrado para 800. As coloridas são com Fuji Superia Xtra 400.

Leia mais
Roy Schulenburg Roy Schulenburg

Crianças do Caminho

Crianças do Caminho é uma exposição que aconteceu em maio de 2019. O objetivo das fotos foi retratar as crianças da comunidade de remanescentes quilombolas Beco do Caminho Curto e pensar no olhar delas para o futuro delas.

Crianças do Caminho é uma exposição que aconteceu em maio de 2019. O objetivo das fotos foi retratar as crianças da comunidade de remanescentes quilombolas Beco do Caminho Curto e pensar no olhar delas para o futuro delas. As legendas abaixo das fotos foram feitas depois de conversar com as crianças enquanto elas foram fotografadas, em 2018 e 2019. Pode ser que elas tenham mudado de opinião desde lá.

Brenda, ela tem 3 anos e quer ser médica quando crescer.

Em Joinville, com sua colonização predominantemente alemã, não se fala sobre o papel da população afrodescendente na colonização da cidade, tampouco sobre suas tradições, memórias e cultura. Relatos históricos comprovam a utilização de mão de obra escrava na construção da então Colônia Dona Francisca.

Com a abolição do sistema escravista de trabalho no Brasil, em 1888, a comunidade ex-escrava foi lançada às margens da sociedade e se agrupou em comunidades remanescentes de quilombos em locais mais isolados. Quando se fala em Quilombo, os esconderijos criados por escravos fugitivos na época do Brasil Colônia, imagina-se algo que acabou junto com a escravidão, porém muitas destas comunidades passaram gerações resistindo ao peso do tempo, e ainda existem atualmente.

Em Joinville temos a comunidade Beco do Caminho Curto, no Distrito de Pirebeiraba, que são remanescentes quilombolas e ainda vivem à margem da sociedade. Até hoje a localidade se depara com a falta de saneamento básico, energia elétrica e a escassez de horários do transporte público que dificultam uma rotina de trabalho e estudo. Apesar disso, os moradores mantém uma ligação sentimental com passado e se sentem acolhidos e protegidos pela comunidade e suas tradições.

Maria Sophia, ela tem um pouco mais de 1 ano e tem bastante tempo para escolher o que vai ser quando crescer.

Contudo, os descendentes desta população receberam uma boa notícia, uma portaria da Fundação Cultural Palmares (FCP) publicada dia 10.05.19 no Diário Oficial da União, certifica a comunidade como quilombola. Esta certificação amplia, ampara e valoriza o patrimônio cultural brasileiro e afro-brasileiro despercebido e desperdiçado.

Com a intenção de entender, levar oportunidades e melhorias para essa comunidade a Univille, em parceria com os professores Tales Vicenzi (História), Sirlei de Souza (Direito) e Jonathan Prateat (Publicidade e Propaganda), criou o Projeto Caminho Curto, que acontece desde 2018, promovendo atividades e oficinas envolvendo assuntos como direitos humanos, debates pertinentes às populações afrodescendentes, bem como direitos ligados à terra, saúde e educação e foi fundamental no processo de certificação da comunidade como quilombola.

Foi no envolvimento com este projeto que o fotógrafo Roy Schulenburg se deparou com As Crianças do Caminho, título de sua primeira exposição.

Mesmo sabendo que uma pessoa branca nunca vai compreender legitimamente o racismo, Roy entende que precisamos encontrar caminhos para discutir a estrutura racial enraizada em nossa sociedade, para isso é preciso ouvir, entender o que é lugar de fala e fortalecer o processo de empatia. Só assim podemos vislumbrar e contribuir para um futuro de igualdade e antirracista.

Maria Vitória, ela tem 5 anos e disse que quer ser grande como a mãe dela.

E é exatamente sobre o futuro que Roy quer falar com sua exposição CRIANÇAS DO CAMINHO, o olhar puro das crianças que vivem nesta comunidade, traz esperança de um mundo melhor, é por essas crianças que a sociedade precisa rever padrões e não diminuir a dimensão dos problemas raciais e a falta de consciência humana que ainda vivemos até hoje.

É preciso olhar para si mesmo e entender seu lugar na sociedade e buscar conhecimento sobre educação racial e os reais impactos a sua volta.

O texto acima foi escrito pelo curado da exposição Marc Engler. Você pode entrar em contato com ele pelo Instagram dele aqui ou via WhatsApp

José Armando, ele tem 7 anos e vai ser estrela da seleção de futebol.

Sobre o Projeto Integrado do Caminho Curto

Segundo o Dicionário Michaelis (2018), a palavra quilombo significa: “No período colonial, comunidade fortificada formada por negros fugitivos e por uma minoria branca e indígena, organizada politicamente, representando uma forma de resistência e combate à escravidão”. Tais territórios, que serviram como espaços de resistência, também funcionaram como espaços de preservação das diversas culturas originárias dos países africanos de onde os homens e mulheres escravizados vieram. Além disso, por conta de seu isolamento, os quilombos também construíram suas próprias tradições. Segundo o site da Fundação Palmares (2015), “esse isolamento fazia parte de uma estratégia que garantiu a sobrevivência de grupos organizados com tradições e relações territoriais próprias, formando, em suas especificidades, uma identidade étnica e cultural que deve ser respeitada e preservada”.

Foi publicado no site do Governo Brasileiro (2018) que até o dia 27 de janeiro de 2017 o Brasil possuía 2.890 quilombos certificados pela Fundação Palmares. Desses 2.890, segundo dados da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (BRASIL, 2010), 13 se encontram em Santa Catarina como certificadas, e nenhuma delas fica localizada em Joinville.

Entretanto, a situação social das comunidades remanescentes quilombolas ou mesmo habitadas de forma geral pela população negra em todo o Brasil é crítica, e essa condição originou-se como consequência do período da escravidão. Falar sobre a história dos afrodescendentes no Brasil é um processo de desvelamento de uma narrativa repleta de lacunas, intencionais e naturalizadas. A representação sobre o afro no Brasil carrega consigo o discurso dos vencedores, como pensa Leite (1999):

Em 1888, quando da Abolição da Escravatura, perdemos a chance de construir uma nação menos desigual e mais diversa. As elites políticas não estavam dispostas a superar o racismo e incluir os africanos e seus descendentes na nacionalidade brasileira recém-criada.

Brian, ele tem 8 anos e vai ser jogador de futebol quando crescer.

Nesse sentido, procurou-se construir uma nação mais branca, com o estímulo da imigração de europeus, que ocuparam os postos de trabalho qualificados no lugar dos antigos escravizados. O trabalho livre e assalariado foi o discurso legitimador do processo de transformação do Brasil escravocrata e monarquista, em um país republicano e capitalista. Aos libertos restaram os subempregos e a economia informal. Assim como no restante do Brasil, o período de escravidão e a subsequente abolição originaram uma estratificação social na qual a população negra, em sua maioria, se encontra em situação de carência.

Como consequência, a população negra foi liberta do regime escravocrata, mas sem acesso aos direitos básicos como saúde, emprego, educação, terra para trabalhar, entre outros. Isso se reflete nos indicadores sociais da população brasileira. Entre eles, está o indicador relativo ao mercado de trabalho, apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no ano de 2009.

Miguel, ele tem 3 anos e quer trabalhar como os homens que trabalham com trator, perto da casa dele.

Segundo o órgão, a taxa de desemprego do homem negro era de 6,6%, enquanto do homem branco, de 5,3%. A disparidade era ainda mais evidente entre as mulheres: 12,5% das mulheres negras estavam desempregadas, enquanto 9,2% das mulheres brancas estavam na mesma condição (IPEA, 2011).

Os dados supracitados conflitam com o texto da Lei n.º 12.288, sancionada em 20 de julho de 2010, que em seu artigo 1.º institui: “O Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica” (BRASIL, 2010).

Nesse contexto, o Projeto Integrado Caminho Curto: Vivências de Ensino, Pesquisa e Extensão na Promoção da Cidadania, tem como objetivo principal desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão com a Comunidade Caminho Curto, proporcionando integração entre comunidade e universidade para o conhecimento de sua história, promoção da cidadania, e tentativa de ajudar esse grupo a superar as consequências da escravidão e do racismo.

Vitor, ele está na 2ª série e vai ser jogador de futebol quando crescer.

Dentre as ações desenvolvidas em 2018 e início de 2019 estão oficinas de saúde e higiene bucal,

1. Visitas periódicas de uma psicóloga e levantamento da situação dos exames principais das mulheres da comunidade;
2. Levantamento da situação territorial da comunidade;
3. Oficinas de artesanato para geração de renda;
4. Encontros para recreação com as crianças;
5. Oficina de tranças afro;
6. Contação de histórias;
7. Reforço escolar para crianças e adolescentes;
8. Parceria com defensoria pública para resolução de problemas de acesso a transporte, educação e saúde;
9. Doação de brinquedos, alimentos e materiais de limpeza.

Vinicius, ele tem 4 anos e já sabe o que quer: ser craque no futebol.

Graças ao trabalho conjunto entre uma série de entidades, empresas, defensoria pública e o Projeto Caminho Curto, a comunidade obteve, no ano de 2019, sua certificação oficial como remanescente quilombola.

Esperamos que as crianças, lindamente fotografas pelo professor Roy, possam ser adultos protagonistas de suas vidas, vistos por todos pela sua capacidade de transformar e agir como cidadão dignos, respeitados pela sua origem, pela sua afrodescendência, pela sua cultura, e, principalmente, pela sua humanidade.

O texto acima foi escrito pelo professores Jonathan Prateat (você pode entrar em contato com ele clicando aqui.), Sirlei de Souza e Tales Vicenzi

Gustavo, ele tem 11 anos e não sabe o quer ser, mas tem bastante tempo para decidir.

Leia mais